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EXCLUSIVO: Ex-aliado do PFL, Otto Alencar sentencia; “O DEM nunca vai ter voto pra presidente da República”

Foto: Blog de Pablo Reis

Do Blog de Pablo Reis

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O baiano de Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, Otto Alencar, médico ortopedista e senador da República, está bem pouco esperançoso quanto ao futuro do Rio São Francisco. Para ele, que está com 70 anos, até 2035 o Sobradinho não recebe mais qualquer vazão do rio ou de afluentes.

“Eu creio que não há salvação para o Rio São Francisco. Se não tiver ação imediata do governo federal – e não vai ter, porque não tem recursos e não tem compromisso – no ano de 2035, não vai chegar uma gota d´água no Sobradinho. Se não começar ação imediata com desassoreamento de afluentes e calha principal e replantio de matas ciliares, em 2035 não chega uma gota d´água na Barragem do Sobradinho”, repete o parlamentar, com a fisionomia que não esconde o pessimismo com a situação hídrica.

Outro problema que tira o sono dele é a situação orçamentária dos pequenos municípios da Bahia (sobretudo aqueles com menos de 20 mil habitantes). “A grande maioria das prefeituras está à beira da falência. Não é por má gestão, é por falta de recursos, falta de condições de pagar pessoal, adicional, recolher previdência, para pagar precatórios de algum tempo, manter programas sociais”, enumera.

“O que aconteceu é que o governo federal se endividou demais ao longo do tempo. Lula entregou o governo a Dilma em 2011 com 43% da dívida bruta do Brasil em relação ao PIB. Agora estamos em 72%, pode chegar a 80% até o final do governo Temer. Aí a gente vai virar Grécia.”

O senador participou da Mobilização Pró Municípios organizada pela UPB, nesta quinta (26), e com o jeitão franco que virou marca registrada deu um puxão de orelha nos gestores municipais. “Se vocês não pressionarem seus deputados para aprovação do meu projeto, nada vai ser mudado“, condicionou o senador.

Ele se refere a uma modificação na Lei de Responsabilidade Fiscal no que se refere ao limite de 54% de gastos com pessoal. Por causa da diminuição na arrecadação, quase todas as prefeituras da Bahia estão sendo obrigadas a demitir servidores para que o gestor não seja penalizado pelos tribunais de contas. “A grande demanda dos gestores municipais é com relação aos programas sociais criados pelo governo federal. Então, o momento do prefeito cobrar ao deputado e ao senador é todo dia“, ensina Alencar.

Clique e assista a entrevista completa:

O senador não esconde a revolta com um imbróglio envolvendo empréstimo de R$600 milhões do Banco do Brasil para a Bahia, mesmo após a publicação no Diário Oficial da União. Ele credita o impedimento a “ação dos componentes do Democratas, dos tucanos e do PMDB.”

Líder histórico do Partido Liberal na Bahia, por onde chegou a deputado e vice-governador, em coligações com o PFL de Antonio Carlos Magalhães, Otto é crítico ao partido ao qual foi aliado. “O DEM não tem chance nenhuma de chegar ao poder pelo voto popular a presidente da República, nenhum de seus membros tem chance, o PMDB muito menos, e os tucanos eu acho que não”, disse, em entrevista exclusiva ao programa Linha de Frente, gravado na sede da União dos Municípios, no Centro Administrativo da Bahia.

Otto Alencar não quis antecipar quem é o candidato favorito para a presidência da República. “Eu espero que Lula seja candidato. Não há como se proibir o Lula de ser candidato a presidente da República pelas acusações que estão sendo feitas. Não sei se tem provas ou não, mas com Rocha Loures solto e com Aécio fazendo discurso no Senado Federal, com essa galera toda que meteu o braço no dinheiro público. Não há como dizer que o puxadinho do Lula, apartamento que disseram que é dele e o sítio, não vai deixar ele ser candidato“.

Sobre as eleições de 2018, ele garantiu que vai permanecer como senador (tem mais quatro anos de mandato) e apoiar a reeleição de Rui Costa (PT). “Eu não tenho pretensão de ser candidato a governador. Meu candidato eu já tenho definido que é Rui Costa, porque acho que está fazendo um bom governo. Não sei se alguém poderia administrar a crise que está passando a Bahia melhor que ele. Governo federal não libera verbas para a Bahia e cria grandes dificuldades. Se ele está indo muito bem, e tem direito à reeleição, eu, que fui apoiado por ele, vou interromper? Não é do meu perfil, não é do meu caráter”.

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