Pedro Henrique (no meio), Dáleth (noiva à esquerda) e mãe Joana Darc (à direita)
Em uma das tantas residências de Simões Filho, Joana Darc Luz, 37 anos, chora ao olhar um álbum de fotografias antigas de seu filho e procura respostas para o que teria acontecido com sua “eterna criança”. Joana e sua família, como várias outras em Simões Filho, sofrem com o drama de ter um parente desaparecido. O filho dela sumiu há 25 dias.
Desde então, a trajetória do mototaxista Pedro Henrique Luz Nunes, 20 anos, assumiu o pretérito imperfeito como tempo verbal oficial. Na vida da mãe que espera, entretanto, resistir é conjugar o tempo presente. Joana corrige qualquer pessoa que ousa colocar seu filho no passado.
Segundo dados inéditos compilados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em estudo feito a pedido do Comitê internacional da Cruz Vermelha, em média, 190 pessoas desapareceram por dia nos últimos dez anos, oito por hora. É a primeira vez que dados de desaparecimento estão presentes no anuário de violência do Fórum.
Pedro Henrique sumiu no dia 8 de fevereiro. Ele estava acompanhado do amigo Joelson Estanislau dos Santos Junior, 22 anos, que foi encontrado morto no dia 12 de fevereiro.
Fato é, nada se sabe sobre o paradeiro de Pedro, nem de sua motocicleta, que utilizava para trabalhar como mototaxista no Bairro KM 30. Tampouco foram registradas transações bancárias ou chamadas telefônicas do seu celular durante esse tempo.
O que deixa a família mais aflita é a falta de informação. A mãe dele está desesperada correndo atrás de uma explicação. Em casa, diariamente, ela tenta suportar a dor de não obter mais notícias sobre o filho.
“Eu já não sei mais o que pensar, não sei o que está acontecendo. É uma pesadelo que parece não ter fim”, disse Joana, mãe de Pedro.
Foto: Montagem Simões Filho Online
Como o desaparecimento não é considerado crime, é feito apenas o boletim de ocorrência e não há investigação até haver a suspeita de um crime – um homicídio ou um sequestro, por exemplo.
No caso de Pedro, já há indícios de que pode ter acontecido um crime e o caso já está sendo investigado pela Polícia Civil, no entanto, a família diz que não tem acesso a informações sobre o andamento das investigações.
“Dizendo eles que estão investigando. Só Jesus sabe se a polícia realmente está se importando, pois não é um filho de rico”, desabafa Joana.
Neste domingo (4/3), completa 25 dias que Joana está sem ao menos uma noticia, um alerta, uma pista. O que sera que aconteceu com Pedro?
Será que a Polícia Civil de Simões Filho dará uma resposta para a sociedade simoesfilhense sobre o caso? Até agora, a única pista mais concreta é o corpo do amigo, Joelson Estanislau dos Santos Junior, 22 anos, encontrado morto.
Pedro é morador do bairro KM 25 e trabalha como mototaxista em um ponto localizado na rotatória do Bairro KM 30. Na última quinta-feira (8/2), ele chegou em casa por volta das 18h30, tomou um banho, vestiu uma roupa, passou na casa de seu amigo, o Junior, e os dois saíram juntos, mas desde então não fez mais contato. Familiares tentaram ligar por diversas vezes no celular dos rapazes, mas o aparelho parau de emitir sinal, e as chamadas não são completadas.
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