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Abandono: Único aparelho de raio-x do Hospital de Simões Filho está quebrado; Filha relata sofrimento do Pai

Abandono, improvisos e falta de estrutura: retrato da saúde pública em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A situação na cidade não é nenhum segredo: déficit de profissionais, falta de remédios, falta insumos básicos, falta de aparelhos, falta de investimentos e, em grande parte dos casos, falta de gestão.

Há mais de 15 dias o único aparelho de raio-x do Hospital Municipal de Simões Filho está quebrado. A situação tem afetado diretamente os pacientes que precisam fazer o exame e têm seu quadro de saúde agravado pela falta do equipamento.

O caso mais recente aconteceu nesta sexta-feira (22/02). O porteiro Edilson Cardozo, de 57 anos, sofreu um acidente de moto e foi levado para Hospital de Simões Filho. Segundo a família, o paciente ficou jogado no corredor da unidade de saúde, e o pior, sentido fortes dores, sem o atendimento adequado.

A filha de Edilson, a Auxilar Administrativo, Júlia Cardozo, de 28 anos, relatou todo sofrimento que o pai viveu dentro do Hospital.

“Meu pai deu entrada nesse ‘mangue’ com muita dor, deixaram ele no corredor. Por muita insistência de uma moça da SAMU colocaram ele no soro. A médica olhou e em seguida saiu, deram um remédio, mas o ortopedista disse que não tinha o que fazer com ele, já que o hospital não tinha nada. A máquina de raio-x está quebrada. Meu pai também precisava de uma tomografia e advinha? Lá também não tinha”, narrou Júlia.

Dia de angústia

Para Júlia a pior parte aconteceu quando a família decidiu tirar o seu pai do Hospital. “Por volta das 17h, eles informaram que meu pai estava esperando uma regulação, mas ele não estava mais suportando de dor. Quando a gente começou a falar vieram duas pessoas boas, e nos ajudaram a dar alguma medicação para que ele parasse de sentir dor. Decidimos tirar ele de lá por conta própria, e aí então apareceu alguns enfermeiros pra dizer que não podia tirar ele, porque era perigoso, que lá ele estava tendo o suporte que precisava, e aí eu pergunto, que suporte é esse?”, questiona a jovem.

“A enfermeira/chefe de ontem não deixou nenhuma das enfermeiras remover o acesso de meu pai. Uma delas até implorou pra tirar porque ele estava sentindo dor, mas ela disse que não, que se a gente quisesse tirar ele da unidade, a gente tinha que remover o acesso, ISSO É A PARTE MAIS ABSURDA. Na hora minha mãe tirou, porque ele já estava voltando a sentir dor e tínhamos que adiantar”, disse.

“Aí eu pergunto: como conseguiram deixar o hospital chegar a esse nível? Eles não tem o suporte necessário para atender o paciente, mas impede que o paciente saia para ser atendido de maneira digna. Em resumo é isso, o hospital de Simões Filho é o verdadeiro mangue e não tem nada, nada”, completou Julia. Ela informou que levou o pai para um hospital da capital baiana, onde já recebeu o atendimento necessário e adequado.

O pai de Julia não foi o único a enfrentar o descaso da maquina de raio-x quebrada. Seu Edvaldo, morador de Simões Filho, também passou pelo mesmo sofrimento há 15 dias atrás. Ele foi liberado do Hospital de Simões Filho sem realizar o exame. Após chegar em casa, a família decidiu leva-lo a um hospital de Salvador, onde se encontra internado.

É fato que Simões Filho sofre com a precariedade da saúde pública, o caos no atendimento da população de baixa renda, com equipamentos sucateados ou inexistentes e a escassez de medicamentos, que fazem parte da realidade das unidades de saúde da cidade. Será que só porque é público e para atender a população carente, não faz parte do Plano de Governo do prefeito Diógenes Tolentino (MDB) como prioridade? O que presenciamos constantemente em relação à saúde publica, são pessoas morrendo dentro do hospital. Esta é uma dura realidade que coloca deixa a população de Simões Filho refém do descaso.

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