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Acusado de estupro, padrasto de Eva é investigado por outros crimes em Camaçari

Custodiado no Centro de Observação Penal (COP), no presídio da Mata Escura, em Salvador, o padrasto de Eva Luana, de 21 anos, Thiago Oliveira Alves, suspeito de torturá-la e estuprá-la durante oito anos, está sendo investigado por cerca de 8 a 10 crimes, que também teriam sido cometidos contra mãe e sua irmã de seis anos.

A informação foi divulgada na tarde desta sexta-feira, 21, durante coletiva para imprensa no Ministério Público da Bahia (MP-BA), localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Na ocasião, a promotora de Justiça da Vara Paz em Casa, de Camaçari, Ana Carina Sena, esclareceu alguns detalhes sobre o caso.

Thiago está preso em Salvador; ele nega crimes (Foto: Reprodução)

Segundo ela, o prazo para Thiago apresentar um advogado foi no sábado (23) caso contrário, um juiz que acompanha o caso poderá decretar que a defesa seja feita por um defensor público. Em seguida, será marcada uma audiência de instrução, onde as vítimas, as testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas e o réu interrogado. Enquanto isso, Eva e sua família continuam sob proteção judicial.

“Quando li o inquérito logo percebi que teria repercussão. Com a ajuda de minha estagiária que é colega de turma de Eva, consegui chegar até ela. Ouvi o relato da vítima e percebi que são inúmeros crimes. Demos entrada no processo e o juiz decretou a prisão preventiva do acusado”.

De acordo com Ana Karina, em outubro de 2011, Eva e sua mãe compareceram a uma delegacia para fazer uma denúncia contra Thiago, mas, dois meses depois retornaram à unidade policial e apresentaram uma nova versão.

“Em janeiro de 2012 elas compareceram à delegacia e disseram que o autor da conjunção carnal não era o padrasto, mas sim, um namorado de Eva, que ela não recordava o nome, nem sabia onde se encontrava. Então, naquela época a denúncia foi arquivada, já que não existia crime contra o padrasto. Mas hoje sabemos que elas voltaram atrás porque eram ameaçadas por Thiago”, relatou Ana Karina.

Conforme a promotora, foram narrados diversos crimes, inclusive contra a vida, onde serão analisados pela Vara do Júri, já que a Vara de Violência Doméstica não possui atribuição para julgar esta categoria de crime.

“Pelo relato que Eva fala nas redes sociais, ela diz que foi vítima de cinco abortos, esses abortos não estão na ação penal proposta pelo MP, porque se trata de um crime contra a vida, sendo de competência de outro juiz e de outro promotor apurar esses relatos. Essa separação foi feita para acelerar as investigações, porque depois de tudo que Eva viveu, ela merece ter paz”, declarou a promotora.

O caso

A denúncia veio à tona, na última terça, 19, depois de Eva publicar em seu perfil nas redes sociais alguns textos que relataram as torturas que, segundo ela, viveu durante quase oito anos dentro da sua própria casa.

Residente da cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ela diz que, além de sofrer agressão física, psicológica e perseguição, também foi estuprada desde os 12 anos.

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