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Depois de 12 dias internado em estado grave, idoso morre no Hospital de Simões Filho; Prefeitura segue com propaganda enganosa

Após quase duas semanas de luta pela sobrevivência, o motorista Edson Santos Barbosa, de 63 anos, internado em estado grave no Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF), faleceu na manhã desta quinta-feira (29/11).

O drama vivido pela família do idoso vinha sido repercutido pelo SIMÕES FILHO ONLINE no sentido de contribuir com a transferência do paciente, o mais rápido possível, para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a qual o paciente necessitava em caráter de urgência.

Em contato com a nossa redação, os familiares informaram que o motorista veio a óbito no inicio da manhã. Ele já apresentava um quadro de bastante debilidade e respirava com ajuda de aparelhos.

“Ligaram para a gente ir lá, mas nós até já sabíamos qual seria a notícia. Eles mandaram o corpo para o IML porque disseram que, como ele não chegou a fazer a tomografia, não tinha como atestar a verdadeira causa da morte. Isso causou um desgaste ainda maior para a gente”, revelou emocionada Luciene Barbosa, nora do paciente.

Na última segunda-feira (26/11), a família chegou a conseguir uma ordem judicial para que o paciente fosse regulado no prazo máximo de 24 horas. Uma ambulância equipada com UTI móvel ainda esteve na unidade de saúde para fazer a transferência, mas a unidade de saúde informou que por causa do quadro clínico estável, não foi possível efetivar o transporte.

De acordo com o filho de Sr. Edson, o serralheiro Ednaldo Barbosa, de 41 anos, a equipe médica que acompanhava a ambulância chegou a atestar que o paciente já apresentava morte cerebral. No entanto, nem a Secretaria de Saúde do estado, nem a do município confirmaram a informação.

Na tarde de hoje, a nora do paciente informou que o médico que vinha acompanhando o caso no Hospital Municipal emitiu um relatório declarando suspeita de morte cerebral e novamente pediu a regulação do idoso. Tarde demais, o paciente faleceu nas primeiras horas da manhã de hoje (29/11).

“Eu questionei isso, porque que ele não foi transferido no dia que a ambulância veio? Eles alegaram que não transferiram porque o paciente não tinha condições, então porque pediram a regulação dele de novo, já que ele não tinha apresentado nenhuma melhora?”, indagou Lucineide.

Propaganda enganosa

Na semana passada a Prefeitura de Simões Filho publicou uma nota informando sobre o aprimoramento do atendimento para pacientes graves no HMSF através da implantação de uma Sala de Estabilização.

Na publicação, o órgão declarou que a nova “Sala de Estabilização” é uma estrutura que funciona como local de assistência temporária e qualificada para estabilizar pacientes críticos/graves, que posteriormente são encaminhados para outras unidades de maior complexidade.

Apesar da publicidade e do otimismo da gestão municipal em considerar a Sala de Estabilização como um grande avanço para a saúde pública na cidade, fato é que, quase que em sua totalidade, os pacientes graves que se internam no HMSF saem de lá sem vida.

Do que adianta estabilizar um paciente e não dispor de equipamentos essências como um tomógrafo, ao menos para diagnosticar com precisão a gravidade da situação? Se o estado não tem competência para atender a demanda da cidade, é necessário que as autoridades locais criem mecanismos que de fato causem impacto positivo na vida de quem necessita de atendimento público no município.

A história de Edson Barbosa não é a primeira e pelo jeito não será a última fatalidade a ocorrer no município. Casos como o dele tem sido cada vez mais recorrentes, devido a um hospital sem estrutura para atender pacientes graves e a ineficiência da Central de Regulação do Estado em disponibilizar leitos de UTI que atendam a demanda da população.

Até quando o Hospital Municipal de Simões Filho e a Central de Regulação do Governo do Estado vão continuar fazendo vítimas?

Relembre o caso

O paciente Edson Santos Barbosa, de 63 anos estava internado desde o dia 17/11 no Hospital Municipal de Simões Filho, após sofrer uma queda em casa, bater com a cabeça no chão e ser socorrido por uma equipe do Atendimento Médico de Urgência (SAMU) para a unidade de saúde.

O paciente deu entrada na unidade de saúde ainda consciente, mas na manhã seguinte entrou em coma e de lá para dependia da realização de uma tomografia para diagnosticar a gravidade do problema.

Na segunda-feira (27) o quadro de saúde do paciente se agravou e ele passou a respirar somente com a ajuda de aparelhos.

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