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Desatualização de sistema atrasa concessão de aposentadorias do INSS

Desatualização de sistema atrasa concessão de aposentadorias do INSS
Desatualização de sistema atrasa concessão de aposentadorias do INSS

Desatualização de sistema atrasa concessão de aposentadorias do INSS

O INSS prepara verdadeira operação de guerra para tentar reduzir a enorme fila de espera pela concessão de aposentadorias, pensões e outros benefícios. Devido à demanda, atualmente há 1,9 milhões de pedidos em estoque nas agências do instituto. Do total, 1,3 milhão dos requerimentos não foram concluídos e estão travados à espera de resposta. No Rio, há casos em que demora passou de oito meses para liberação. Com a incorporação das mudanças da Reforma da Previdência, há dois meses, a situação piorou. O sistema do INSS não foi atualizado, conforme a reportagem mostrou em dezembro. Não há previsão de normalização nas análises de pedidos.

Entre as alternativas que o governo está pensando em adotar para tentar amenizar a situação é remanejar servidores, contratar terceirizados para atendimento aos segurados nas agências do INSS para, assim, liberar funcionários que analisem os pedidos de concessão. Por lei, o prazo para que o INSS avalie os pedidos é de 45 dias. Hoje, a média está em 120 dias. A Previdência é obrigada a pagar os valores atrasados com correção monetária.

A reportagem também mostrou em dezembro que os segurados do INSS que amargavam a longa espera na concessão passaram a lidar com a falta de atualização do sistema do instituto para dar conta das mudanças previstas pela Reforma da Previdência. O INSS chegou a admitir, na ocasião, que alguns benefícios só seriam implementados quando o sistema estivesse normalizado.

Outras medidas também foram adotadas no ano passado, mas pelo jeito não deram resultado. Para tentar dar conta da demanda, em agosto, o governo federal publicou no Diário Oficial da União resolução com uma série de ações para diminuir o prazo de concessão de benefícios do INSS, como pedidos de aposentadoria e pensões. Entre as medidas, estava adoção de um programa de dispensa de horário dos servidores, teletrabalho, em que os servidores poderia trabalhar de casa, ampliação da plataforma Meu INSS e aumento de servidores na concessão.

De acordo com a Agência Estadão Conteúdo, fontes do governo afirmam que o INSS tem tido problemas para desatar o “nó” que virou o passivo de pedidos recebidos em 2018. Naquele ano, o INSS iniciou seu processo de digitalização, implementado inicialmente de forma “atabalhoada”, segundo uma fonte que participa das discussões. Houve maior facilidade para pedir os benefícios, mas o ritmo das análises não acompanhou a mesma velocidade. O resultado foi o represamento de um milhão de pedidos.

O INSS informou que não havia previsão de normalização nas análises de pedidos de benefícios. Dentro do governo, porém, a avaliação é de que não é mais possível lidar com o problema sem o estabelecimento de prazos específicos.

Com a instituição de um bônus de produtividade e a fixação de metas para os servidores do INSS em 2019, o órgão tem conseguido, desde agosto, analisar mais pedidos do que o número de novas solicitações nos últimos meses, mas ainda não foi suficiente para zerar o passivo. Ainda há atualmente 1,2 milhão de pedidos em atraso.

O INSS tem sofrido baixas no quadro de pessoal. Só no ano passado, mais de 5,7 mil servidores do órgão se aposentaram. Cerca de 20% do quadro de funcionários ativos do INSS está em licença-saúde.

Dataprev diz que fechamento de filiais não afeta adaptação do INSS à reforma

Não bastasse os problemas enfrentados e que resultam nos atrasos para concessão de aposentadorias, a Dataprev,empresa de tecnologia responsável pelos sistemas do INSS, vai fechar 20 filiais em estados do país. O órgão, no entanto, informou que a medida não afetará “de nenhuma maneira e sob nenhum aspecto” o trabalho de adaptação dos sistemas à Reforma da Previdência aprovada no ano passado.

Conforme a Agência Estadão Conteúdo, o anúncio do encerramento das atividades e da demissão de 493 funcionários, feito pela empresa no dia 8 de janeiro foi mal recebido no governo. A avaliação é de que o “timing” foi péssimo, dada a demora na entrega pela Dataprev da atualização nos sistemas do INSS após a reforma.

A empresa divulgou ainda ter equipe de desenvolvedores “exclusiva e dedicada a implantar as adequações necessárias” e que “a complexidade das alterações demanda cuidado redobrado de todos os envolvidos no processo, para que se garanta segurança na concessão dos benefícios aos cidadãos e sejam alcançados os resultados projetados pelo governo”.

Segundo a Dataprev, não há correlação entre o fechamento das unidades e o trabalho de atualização. “Todo o processamento dos dados previdenciários ocorre nos Estados com Unidades de Desenvolvimento e Data Centers (Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo), com suas atividades totalmente preservadas.”

“Cabe ressaltar que as unidades regionais que serão fechadas até o fim de fevereiro funcionam apenas como núcleos de atendimento ao usuário e atividades administrativas, com baixa produtividade e fora do escopo para o qual foram originalmente criadas, sendo suas atividades integralmente absorvidas pelas demais unidades”, disse a Dataprev em nota.

Fonte: O Dia

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