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ELEIÇÕES 2018: Prisão de Lula e desistência de Neto devem pesar no placar para Governo?

Foto: Arte/Iza Azevedo/Aratu Online
Do Aratu Online, parceiro do Simões Filho Online

A disputa para chegar ao Palácio de Ondina, nas eleições 2018, já não precisa mais de correria.

Isso porque, na última sexta-feira (6/4), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), anunciou sua desistência na corrida pelo cargo de chefe do executivo baiano. Com essa nova configuração, sem o democrata, o atual gestor, Rui Costa (PT), pode permanecer na cadeira por mais quatro anos.

Mas, como no mundo político dois mais dois nem sempre são quatro, Rui ainda precisa se preocupar com o expoente petista Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente preso no último domingo (8/4), acusado de praticar corrupção passiva e lavagem de dinheiro no “Caso Triplex”, com quem divide a sigla.

Em contato com o Aratu Online, parceiro do Simões Filho Online, o cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Jorge Almeida, avalia que Rui não vai precisar se preocupar com a prisão do cacique do Partido dos Trabalhadores. “Lula tem uma imagem positiva na Bahia. De um modo geral, estar ao lado de Lula é benéfico para ele, então não deve prejudicar a campanha do Rui”, conta. Almeida relembra, então, a atuação do ex-presidente durante as duas candidaturas de Jaques Wagner (PT) e a primeira campanha do atual gestor estadual. “Lula foi o ‘carro chefe’ das últimas eleições. Na primeira candidatura de Rui, se falava mais do governo Lula do que do próprio Wagner, que antecedeu ele, então acho que isso não vai mudar agora”, explica, ao dizer que Costa ainda deve se utilizar da força de Lula para se reeleger.

Já sobre a desistência de ACM Neto, o professor acredita que será uma eleição “mais tranquila”, mas não só pela saída do democrata da disputa. “O fato de Neto apoiar Temer e se beneficiar com esse governo é ruim para ele, por um simples motivo: o presidente e seu partido, o MDB, estão com suas imagens desgastadas. Então, apesar do Neto ter uma boa avaliação em Salvador, isso é um ponto negativo para ele”.

Ainda segundo o cientista, o primeiro governo de Rui “é quase um fenômeno”. “Ele conseguiu uma coisa que poucos conseguem, que é fazer uma política de direita, onde se aproveitou para realizar uma gestão defendida pelo DEM. Dessa forma, a legenda de direita ficou sem discurso pra fazer oposição. Vão reclamar de quê? Rui olhou bastante para a economia e construiu uma excelente relação com as grandes empresas. Sempre com o discurso de ‘deixar o golpe para lá e olhar para frente’, propôs ações como militarização em escolas públicas do estado e açõe repressivas indiscriminadas, que é basicamente aquela defendida e praticada pela direita”, avalia.

Almeida completa comparando as duas frentes de apoio no próximo pleito: governos Lula e Temer. “Durante o governo petista a questão da corrupção veio à tona, mas foi no governo Temer que tudo piorou. Além disso, o emidebista cortou direitos sociais, maioria implantado pelo próprio Lula. Não é que o governo Lula seja o ideal, mas o que a gente vê agora é que tem piores”, finaliza.

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