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Família diz que paciente internado em estado grave no Hospital de Simões Filho teve morte cerebral

Após 9 dias de angústia a espera da transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o motorista Edson Santos Barbosa, de 63 anos, internado em estado grave no Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF) teve morte cerebral. A informação foi divulgada pelo filho do paciente, em contato com a redação do SIMÕES FILHO ONLINE, na manhã desta terça-feira (27/11).

Depois da luta incessante da família para conseguir uma ordem judicial que obrigava o Estado a transferido Sr. Edson em um prazo máximo de 24 horas, a equipe médica constatou que o paciente está sem nenhuma atividade cerebral, segundo informou os familiares.

De acordo com a nora do idoso, a dona de casa Luciene Barbosa, a morte cerebral foi detectada pelo médico especialista em UTI, que veio acompanhando a ambulância onde o paciente seria transferido, na noite de ontem, para Hospital Geral do Estado (HGE).

“O médico informou que o coração dele está batendo ainda somente por causa dos aparelhos e dos medicamentos, mas quando ele estava sendo examinado, a pressão chegou a ficar em 5/4 e o médico disse que a partir de agora não tem mais o que fazer. Ele não tem condições nem de ser transferido, nem de entrar numa sala de cirurgia”, declarou Luciene.

Ainda segundo a nora, pelo fato do HMSF não possuir o equipamento para realizar a tomografia, o hospital não tem como emitir um laudo atestando a morte cerebral e o quadro do paciente realmente só foi atestado mediante os testes feitos pelo médico da UTI. Por esse motivo, o paciente permanecerá internado no Hospital Municipal respirando apenas com a ajuda de aparelhos.

Para o filho do idoso, o serralheiro Ednaldo Barbosa de 41 anos, o que determinou a morte cerebral de seu pai foi justamente a demora em conseguir a regulação. Segundo ele, a regulação deve ser classificada apenas como “a espera da morte”.

“O médico até falou que realmente foi a demora. Tivemos mais uma vítima perdida por causa desta miséria que é a regulação. Essa é a espera da morte e não da regulação. Infelizmente, essa regulação da morte só serve para matar os outros. Até quando esse hospital ficará sem equipamentos para tratar pacientes graves”, lamentou o filho.

Ainda não há confirmação oficial

O SIMÕES FILHO ONLINE entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Municipal de Simões Filho, contudo, o órgão ainda não emitiu um posicionamento sobre o caso. A reportagem também entrou contato com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), e aguarda um posicionamento.

De quem é a culpa?

É de conhecimento de todos que a Central Estadual de Regulação é responsável por providenciar a transferência de pacientes em estado grave para os leitos de UTI. No entanto, a cada dia que passa aumentam os casos de pessoas que perderam suas vidas, em detrimento da ineficiência deste serviço.

Por outro lado, em Simões Filho, cidade que é a sexta economia em arrecadação na Bahia, é inadmissível que um hospital não disponha de equipamentos como um tomógrafo para que exames de média e alta complexidade sejam realizados.

Vale salientar que a implantação da Unidade de Terapia Intensiva, bem como a aquisição do tomógrafo fazem parte das promessas de campanha do prefeito Diógenes Tolentino, que inclusive já foram anunciadas por diversas vezes durante os seus primeiros meses de gestão, mas que até agora não passam de promessas.

Casos recorrentes

Como afirmou o filho do motorista, a história de Edson Barbosa não é a primeira e pelo jeito não será a última fatalidade a ocorrer no município. Casos como o dele tem sido cada vez mais recorrentes, devido a um hospital sem estrutura para atender pacientes graves.

Em setembro deste ano, pelo menos quatro pessoas morreram à espera de regulação entre os dias 09/09 (domingo) e 10/9 (segunda-feira). Todas estavam internadas no Hospital Municipal de Simões Filho (HMSF).

Cerca de um mês antes, no dia 18/08 o pedreiro Joílson Santana da Silva, de 42 anos morreu no HMSF, após aguardar por quase sete dias a transferência para uma UTI. Além dele, mais quatro pessoas que também aguardavam pela transferência, vieram a óbito.

Na época, Jociane Santana da Silva, de 32 anos, irmã do Joilson, revelou que somente da sua família, três pessoas já haviam morrido por falta da regulação. Revoltada, ela questionou a atual gestão municipal.

“Já é a terceira vítima de minha família no hospital. O hospital não tem suporte digno para atender a população de Simões Filho. Ontem foram cinco pessoas que morreram lá. Até quando vai continuar assim Prefeito Dinha?”, questionou.

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