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‘Mandala’ vira nova febre em Simões Filho – Vítima relata ter perdido o dinheiro das compras

A palavra “Mandala” tem ganhado repercussão nas redes sociais nas últimas semanas em Simões Filho. Trata-se de um sistema, por meio de grupos no WhatsApp, que promete um ganho de ao menos R$ 800 mediante o investimento de R$ 100.

Até hoje, ninguém descobriu a fórmula da riqueza. Ter muito dinheiro é o sonho de muitos. Como nem sempre esse caminho é rápido, algumas pessoas preferem apostar no que parece ser fácil.

Na tentativa de ganhar um dinheiro extra, muitas pessoas acabam entrando no negócio. Atraídos por pessoas que prometem muito dinheiro após a realização de depósitos, milhares de pessoas já apostaram e perderam dinheiro com “Mandala” em Simões Filho.

O dinheiro é depositado diretamente na conta bancária pessoal e cada participante é responsável por convidar novas pessoas.

Não existem produtos sendo comercializados. O sistema é dividido em quatro grupos – fogo, ar, terra e água. Ao aderir, o usuário investe os R$ 100 e precisa convidar mais duas pessoas para que também invistam. Depois de completar a quantidade necessária de participantes, recebe de cada um o valor também de R$ 100.

Foi assim que um jovem perdeu sua vida em Lauro de Freitas, bem aqui, cidade vizinha à Simões Filho, na região metropolitana de Salvador (RMS). O crime aconteceu na última quinta-feira (22), após Alan entregar mil reais para o esquema Mandala da Prosperidade. O responsável pelo esquema foi questionado pelo jovem, que não recebeu nenhum dinheiro após pagar mil reais. Inconformado por não receber nada, Alan matou o rapaz com vários tiros à queima roupa. O assassino foi preso em flagrante pela Polícia Militar.

Em Simões Filho, uma vítima do Mandala relatou que está arrependido após investir R$ 100. ” Eu me empolguei – fui convidado por uma amiga – quer dizer – amigo da onça. Um amigo de verdade não convida ninguém para uma furada. Perdi meu dinheiro. Desempregado, achei que isso pudesse me dar uma renda extra – mas na realidade gastei o dinheiro das compras, lamentou.

Segundo o promotor Marco Aurélio Ribeiro, da Promotoria de Defesa do Consumidor, do Ministério Público, a organização da Mandala possui indícios de pirâmide financeira, uma vez que os últimos participantes acabam custeando os lucros de quem aderiu antes.

“Tem características de uma pirâmide financeira. Basta uma pessoa com a mínima noção sobre o sistema para ver que é impossível você dar R$ 100 e receber R$ 700 a mais no mínimo. Alguém está pagando esse dinheiro por você. Quem vai entrando depois vai sustentando a rede de recurso”, acrescenta.

Pirâmide financeira
O economista Rubicleis Gomes, professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), explica que uma pirâmide financeira torna-se rentável apenas às pessoas que entraram no início. “Cada indivíduo vai contribuindo para quem está acima, de forma que, se alguém não fizer o depósito, o sistema se quebra. O problema é que muita gente vai depositar e não vai ganhar”, diz.

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