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Motoqueiro avança sinal vermelho e mata trabalhador em Simões Filho

“Pior do que a tristeza está a revolta. Quantos Pedros serão necessários perder a vida?” Foi assim que Juliana Gaudêncio, de 28 anos, tentou definir o momento de tristeza que vive depois de perder o pai, vítima de um acidente na Avenida Elmo Serejo de Farias, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), na noite da última quarta-feira (10/04). Ele lutou três dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), do Hospital Subúrbio, mas não resistiu e teve morte cerebral apontada pelos médicos. O sepultamento deve acontecer nesta segundo-feira (15/04).

Familiares do jardineiro Pedro Jorge da Silva, de 57 anos, disseram que a vítima atravessava uma faixa para pedestres na Avenida Elmo Serejo de Farias, em frente ao Cemitério São Miguel, no bairro Ponto Parada, no momento que foi atingido por uma motocicleta, que segundo testemunhas, ultrapassou o sinal vermelho.

De acordo com a filha de Pedro, Juliana Gaudêncio, ele havia acabado de chegar da empresa Gotemburgo, local onde trabalhava como Jardineiro.

“Ele desceu do ônibus e foi para a lanchonete que minha mãe tem aqui na frente da rua onde a gente mora. Meu pai passou lá como fazia todos os dias, pegou o lixo e foi jogar fora, quando ele retornava para a lanchonete foi atropelado por um infeliz que avançou o sinal vermelho e cometeu um crime. Os carros estavam parados na sinaleira, mas ele não obedeceu e furou o sinal. Meu pai era um cidadão de bem, pai de família, um trabalhador”, explica ao SIMÕES FILHO ONLINE.

“Vou sentir muita falta, sempre vou lembrar do seu sorriso, sua simplicidade e alegria que contagiava a todos”.

— Juliana Gaudêncio, filha.

Juliana conta que o pai ficou cheio de escoriações nas costas e levou toda a pancada na cabeça. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e o jardineiro foi levado para o Hospital do Subúrbio, na capital baiana, uma vez que a cidade possui um hospital sem a devida condição de atender a acidentes graves.

Já na unidade de saúde em Salvador, Pedro teve uma parada cardíaca e foi encaminhado ao centro cirúrgico para fazer uma descompressão do cérebro que estava inchando, mas na tarde da última sexta-feira (12/04), os médicos conversaram com os familiares e informaram que o paciente teve morte cerebral, contudo, precisava obedecer a um protocolo de até 72 horas para a confirmação do óbito. Os aparelhos que mantém o organismo de Pedro funcionando foram desligados.

“Os médicos avaliaram os ferimentos de meu pai e disseram que ele deve ter sido arrastado pela motocicleta”.

— Juliana Gaudêncio

O sepultamento de Pedro deve acontecer na tarde desta segunda-feira (15/04) no cemitério São Miguel, no bairro Ponto Parada, em Simões Filho. O horário ainda será confirmado. O caso foi registrado na 22ª Delegacia Territorial de Simões Filho e um inquérito deve ser aberto para apurar os fatos. O motoqueiro que avançou o sinal vermelho trabalha em uma loja próximo ao local do acidente e seu nome não foi revelado.

Revolta

Abalada, Juliana revelou não estar preocupada apenas em cobrar punição para o autor do atropelo, mas também trazer uma reflexão sobre o trânsito da cidade para que mais vidas não sejam perdidas e lamentou, sobretudo, a morte da Pai, que “era muito alegre e tinha sonhos a serem realizados”.

“Pior do que a tristeza está a revolta. Pois era uma pessoa muito boa de coração, é tanto que a médica falou que o órgão em melhores condições para doação é o coração dele”.

— Juliana Gaudêncio

Bastante revoltada, Juliana também fez questionamentos sobre o abandono da Prefeitura Municipal de Simões Filho em relação ao trânsito do município.

“Eu pergunto a vocês autoridades dessa cidade, prefeito e vereadores. Do que adianta investir em tantos semáforos se não temos urna legislação municipal que venha punir aqueles condutores que comentem infrações como essa? Qual o custo de municipalizar trânsito dessa cidade? Qual o custo em investir em foto sensor e radar? Será que nenhum de vocês já parou para analisar o alto número de acidentes nesse trajeto?”

Vai ser necessário esperar por mais quantos inocentes ter sua vida interrompida e suas famílias destruídas?”

— Juliana Gaudêncio

“Depois que colocou esse semáforo ali, piorou. Antes de colocar esse semáforo os acidentes aconteciam bem menos, pois tinha um quebra molas e os condutores precisavam reduzir a velocidade. Depois que colocou essa sinaleira minha madrinha foi atropelada por uma moto ali, eu também quase fui atropelada e isso tudo com o semáforo vermelho”, pontuou.

Nota da redação

Nem mesmo as tristes marcas deixadas em diversas famílias que perderam amigos ou parentes em acidentes mudam alguns condutores, que insistem em comportamentos irresponsáveis. O avanço de sinal vermelho nas vias de Simões Filho é uma prática que tem se tornado cada vez mais comum.

O prefeito Diógenes Tolentino – Dinha (MDB) espalhou semáforos por toda a cidade. Quem lucrou com isso prefeito? Quem fiscaliza? O que acontece com os infratores? A resposta todos já sabem: não acontece nenhum tipo de punição. A cidade está completamente abandonada. Era assim na gestão do ex-prefeito Eduardo Alencar (PSD), continua do mesmo jeito na gestão do Prefeito Dinha (MDB) – um verdadeiro descaso com a população.

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Matéria atualizada para acréscimo de informações

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