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No Dia da Mulher, jovem abusada pelo padrasto fala sobre luta e revela planos; vídeo

Foto: Carla Galrão/Aratu Online
Do Aratu Online, parceiro do Simões Filho Online

De origem hebraica, o nome Eva significa “a que vive”. Na Bíblia, Eva é considerada a primeira mulher da humanidade.

Em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Eva Luana não foi a primeira – nem a última – mulher a passar por violência. Durante oito anos, foi (sobre)vivente. No Dia Internacional da Mulher, comemorado nessa sexta-feira (8/3), resolvemos recontar a história dela. Novamente? Sim! Pois violência contra elas nunca está fora de moda.

A estudante de direito, hoje com 21 anos, afirmou ter sofrido agressões psicológicas, físicas e sexuais por parte do próprio padrasto, Thiago Oliveira Alves, de 38 anos. Segundo relatos da jovem, ele – que está preso desde o último dia 13 de fevereiro – fazia o mesmo com sua mãe, de nome não divulgado.

Ainda assim, Eva encontrou forças para sorrir e lutar. “Recebo mensagens de pessoas falando que estou mentindo, porque consigo sorrir, mas já sofri por muito tempo e agora tenho motivos de verdade”, contou.

A história da jovem ganhou repercussão no dia 19 do mês passado, após postagens feitas por ela mesma em sua conta no Instagram. Em cinco publicações, Eva relatou a série de abusos pelos quais foi submetida desde o início da adolescência, incluindo espancamentos, estupros (alguns resultaram em gestações e consequentes abortos) e até o fato de ser obrigada a comer o próprio vômito. Famosos como a atriz Alice Wegman e a YouTuber Kéfera compartilharam o caso, fazendo com que o mesmo fosse impulsionado.

“Eu não sabia que ia tomar essa proporção tão grande. Foi muito maior do que eu imaginava. Inicialmente, quis chamar atenção apenas do meu estado, para ter maior celeridade no processo e me ajudar em tudo o que fosse preciso”, disse. “Minha vida mudou totalmente e agora estou ajudando outras garotas e militando nessa causa”.

Quase 20 dias depois que a história veio à tona, ela garante que a vida “não voltou ao normal”, mas que está gostando de poder ajudar outras meninas a conquistarem o direito de liberdade. “Não é normal ser agredida e a sociedade tem que perceber esses ‘gatilhos’ e ajudar”, refletiu.

“A nossa luta é para que elas denunciem e que as pessoas tenham essa visão de ajudar quando ocorrer algo de ‘estranho’”.

PLANOS

Sempre enfatizando que quer ajudar outras mulheres vítimas de violência doméstica, Eva afirmou que quer continuar estudando: “Meu sonho é ser juíza. Já estou no sétimo semestre da faculdade. Ano que vem vou me formar e quero continuar cuidando dessa causa”.

Para seguir na luta, um passo muito importante foi dado: a criação do Fundo Eva Luana. O projeto, criado em 2015 pela deputada estadual Fabíola Mansur, foi batizado com o nome da jovem após um “pedido emocionante”, segundo Eva. “Aceitei por achar que é uma causa nobre. O fundo vai ajudar na criação de abrigos para mulheres terem para onde ir depois da denúncia”. O objetivo é que elas se recuperem psicologicamente e financeiramente para retornar à sociedade. Além disso, visa à criação de novas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM).

“A criação do fundo vai ajudar bastante e também não vai deixar esquecer essa história, que tem que permanecer, porque não é só minha, de Maria da Penha… mas de muitas mulheres no Brasil e no mundo”, destacou a estudante.

Neste 8 de Março, Eva deixa uma mensagem de união e otimismo. “Costumo dizer que não tem um dia específico. Não é o mês da mulher – é o ano da mulher. Temos que estar atentas e lutar juntas pelos nossos direitos. Lute como uma garota!”.

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