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Paciente em estado grave fica jogada em corredor do Hospital de Simões Filho; “Está pior que um açougue”

Mais uma família oriunda do município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) amarga o drama de depender da saúde pública ineficiente e defasada, na qual os moradores locais estão sendo submetidos.

Desta vez, a situação triste e quase corriqueira, que infelizmente tem se tornado recorrente em Simões Filho está sendo vivida pela jovem paciente Derivanda de Sá Figueiredo, de 30 anos, que está internada em estado grave, no Hospital Municipal.

Derivando sofre de diabetes e por causa disso acabou perdendo muito peso. Conforme relatos dos familiares, a mulher ainda desenvolveu problemas nos rins, no fígado e está com pneumonia.

Ela deu entrada no Hospital Municipal de Simões Filho no dia 28 de outubro e mesmo com todas as complicações, a paciente teve alta no ultimo dia 03 de novembro, mas passou mal em casa e precisou retornar ao hospital no dia seguinte.

Além de penar por uma vaga de UTI, de acordo com a mãe da paciente, o que mais abalou a família foi a maneira como sua filha foi recebida no Hospital neste segundo atendimento, sem ao menos uma maca onde ela pudesse se deitar.

“Minha filha estava implorando para deitar e eu pedindo um leito para a enfermeira e ela dizendo que não tinha. Fui na assistente social mais de cinco vezes para falar com ela, pra vê se ela conseguia um leito para minha filha. Eu vendo lá as camas vazias e a assistente social disse que não podia fazer nada”, contou dona Orisvanda Delmondes, em entrevista ao Bahia Meio Dia, na TV Bahia.

Ainda de acordo com a mãe, mesmo com todo apelo da família e da própria paciente, que visivelmente não tinha a menor condição de aguardar nos corredores do hospital, somente depois de cinco horas de espera é que sua filha finalmente conseguiu um local apropriado para se deitar.

“Eu forrei um lençol nas cadeiras e coloquei ela deitada, sem ter precisão. É um descaso, as enfermeiras com cara de bicho para a gente. Parece até que a gente está pedindo e não é assim gente. É um ser humano, é uma vida”, desabafou Orisvanda.

A tia de Derivanda, dona Rosângela Delmondes também demostrou indignação com a maneira com a qual sua sobrinha foi tratada e disse que considera o atendimento na unidade de saúde uma verdadeira falta de respeito para com o cidadão.

“Minha sobrinha chegou quase morta lá e eles fizeram pouco caso. As pernas dela estavam inchadas e eles passando por ela, olhando e fazendo de conta que não tinha ninguém ali gente. É um ser humano, mas hoje em dia as pessoas estão dando mais valor a um animal do que ao próprio ser humano”, comentou ela.

Ainda bastante indignada, dona Rosangêla continuou: “Ali está pior que um açougue. Tem muitos ali que estão trabalhando por causa do dinheiro e não por amor as almas. Tem muita gente morrendo às mínguas naquele hospital por falta de responsabilidade”.

A família ainda ressalta que a jovem precisa com urgência de transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Contudo, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), até o momento não consta o nome dela na lista de pedidos para uma UTI.

Outro lado – A direção do Hospital Municipal se manifestou publicamente sobre o caso contradizendo as informações da família, afirmando inclusive que assim que a paciente deu entrada, segundo eles na segunda-feira (04), ela passou por exames e o período de espera fora do leito de internamento se deu apenas enquanto aguardava pelos resultados dos exames.

O hospital também não informou se já deu entrada no pedido de regulação para a transferência de Derivanda para a Unidade de Terapia Intensiva.

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