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Pílulas para emagrecer vendidas como naturais causam mortes e Procon suspende vendas

Pílulas para emagrecer vendidas como naturais causam mortes e Procon suspende vendas
Pílulas para emagrecer vendidas como naturais causam mortes e Procon suspende vendas

Pílulas para emagrecer vendidas como naturais causam mortes e Procon suspende vendas. Em vários estados do país já foram registradas mortes pelo consumo de produtos naturais falsificados, ou seja, falsas pilulas com substâncias químicas vendidas como produtos naturais, que são vendidos livremente na internet e em algumas lojas físicas, sem bula e contraindicações. Análises no Instituto Geral de Perícias (IGP) mostram que nas cápsulas tinham substâncias químicas controladas pelo ministério da Saúde e que não poderiam ser compradas sem receitas médicas especiais. Substâncias que podem levar à dependência e à morte. [Veja a lista completa de pilulas que estão suspensas pelo Procon mais abaixo]

Alerta máximo – falsas pílulas para emagrecer vendidas como naturais

Diante das evidências, o Procon notificou empresas que vendem emagrecedores supostamente naturais e determinou a retirada de anúncios para comercializar os produtos. Os alvos da medida cautelar são fabricantes, vendedores e fornecedores, mas também atinge plataformas, sites e redes sociais onde esses medicamentos são vendidos sem qualquer controle.

O Procon enviou notificação para o OLX, Mercado Livre, Instagram, Twitter, Facebook e YouTube. Depois de notificadas, as empresas responsáveis pelos sites e mídias sociais na internet tiveram 48 horas para bloquear qualquer propaganda ou comércio desses emagrecedores. Se descumprirem a ordem, podem responder por desobediência e ter que pagar multa de R$ 1 milhão. [Confira a lista completa de pilulas que estão proibidas mais abaixo]

De acordo com o Procon, a decisão ocorre em virtude da morte de uma mulher de 27 anos, além de outras ocorrências envolvendo problemas de saúde relacionados ao consumo de produtos que se denominam “medicamentos fitoterápicos com finalidade de emagrecimento”. A ação tem como base o Laudo Pericial Cadavérico, realizado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), que constatou a causa da morte por “Intoxicação exógena em decorrência de substância contendo “Sibutramina‟ e “Diazepam‟.

O Procon também notificou as polícias Federal e Civil, o Ministério Público (de defesa do consumidor), o Conselho Regional de Farmácia, a Vigilância Sanitária Estadual, bem como a Anvisa para que tomem as devidas providências.

O diretor do Procon, Tiago Silva, esclarece que a falta de comprometimento das empresas responsáveis pela fabricação, divulgação, fornecimento e distribuição das substâncias citadas tornaram necessária a Medida Cautelar: “Estes produtos são proibidos e nocivos à saúde por conterem substâncias como Diazepam e a Sibutramina, que só podem ser vendidos mediante prescrição médica”.

Lista de falsas pilulas suspensas pelo Procon

O Procon estabeleceu Medida Cautelar para suspensão da fabricação, fornecimento, comercialização, distribuição e a divulgação de produtos como:

  • Original Ervas
  • Royal Slim
  • Bio Slim
  • Natural Dieta
  • Yellow Black
  • e similares

Os produtos analisados pelo Instituto Geral de Perícias. Os exames provaram que os emagrecedores não eram feitos à base de ervas, como diziam as propagandas e vendedores. De acordo com a perícia, o laudo apontou a presença de substâncias químicas controladas, como a sibutramina, utilizada para tratamentos graves de obesidade. Além disso, foi encontrado o diazepam, usado no tratamento de ansiedade, e o clobenzorex, uma anfetamina.

Dois laudos do IGP mostraram em quais produtos vendidos como naturais estavam cada uma dessas substâncias.

  • No Royal Slim, clobenzorex, fluoxetina, usada no tratamento de depressão e de transtorno obsessivo compulsivo.
  • O clobenzorex, que também foi encontrado no Natural Dieta, é uma anfetamina, tem efeito estimulante e tira o apetite. Não há medicamento registrado no Brasil com essa substância psicotrópica, que pode causar dependência.
  • No Yellow Black, os peritos encontraram mais substâncias químicas: diazepam, bupropiona e sibutramina, que também foi identificada no Original Ervas. A bupropiona é usada para tratar depressão. O diazepam, que também pode causar dependência, é um medicamento usado para combater transtorno de ansiedade. Já a sibutramina é psicotrópica e anorexígena, corta o apetite. É receitada apenas em casos graves de obesidade.

“Os efeitos colaterais que os produtos falsificados apresentam geralmente não são provocados por ervas, que talvez nem existam na composição do fornecedor vendido como natural. Um grande risco para quem consome sem qualquer avaliação médica prévia, é o que aponta o cardiologista Tales de Carvalho.

As mortes

Morte em SC

O resultado pode ser trágico. Em abril, uma mulher de 27 anos foi encontrada morta em casa, na cidade de Lages, na Serra catarinense. Ela vinha tomando um emagrecedor chamado BioSlim, vendido como natural. O Instituto Geral de Perícias (IGP) examinou o produto e o corpo da mulher e apontou a causa da morte, conforme o médico legista André Gargioni.

Foi confirmada através da necrópsia de análise do material uma intoxicação pelas substâncias sibutramina, bem como o diazepam que são medicações que não podem estar associadas e somente vendidos com bula. “Uma intoxicação por sibutramina e diazepam que estava junto. Isso causou um edema pulmonar, uma arritmia cardíaca e a levou à óbito”.

Morte de Luanna

Os produtos e os efeitos colaterais se espalharam pelo país. Luanna Raquel, do Piauí, enviou mensagem para uma amiga, no fim do ano passado. Fazia poucos dias que estava tomando um composto supostamente natural para emagrecer. “Eu acordei sonhando, quando eu me deparei eu tava no chão, desmaiada. Fui pro quarto toda gelada. Eu quase morro, o coração bem acelerado. E eu sonhando, quando eu notei eu tava no chão.”

Luanna, de 23 anos, foi levada para o hospital. Morreu três dias depois. A polícia do Piauí diz que investiga o caso e tenta chegar ao fornecedor do medicamento.

Morte em Rondônia

Em Rondônia a polícia também investiga desde março a morte de uma mulher, de 34 anos, que tomava um emagrecedor vendido pela internet. Conforme a Polícia, ela tomava um emagrecedor, pensava que o produto era natural, mas tinha substâncias controladas. A polícia tenta até hoje descobrir de onde veio o produto. Nas cápsulas foi encontrada sibutramina, o que gerou um alerta em todo o estado.

Em coma

Os casos que hoje são investigados pela polícia começaram do mesmo jeito. Na busca por um corpo perfeito, por um reflexo dentro dos padrões estéticos. Independentemente da idade, da condição financeira, da escolaridade, muitos entram num caminho perigoso sem se dar conta dos riscos.

“Eu tenho bastante dificuldade, mas antes de engravidar eu tive um peso controlado. Então, depois que eu ganhei a minha filha eu não consigo recuperar o meu peso anterior. Então eu tava um pouco ansiosa, meio que desesperada assim pra querer emagrecer e eu não tava conseguindo. Daí cheguei nesse remédio”, conta a Mulher que prefere não se identificar. Ela tem 37 anos. Ela decidiu tomar o remédio após indicação de amigos e parentes. “Foi num aniversário que encontrei algumas amigas, parentes, e elas comentaram que estavam tomando esse remédio. Daí eu me interessei porque era natural e a venda era mais facilitada, então não precisava ir em médico, e era mais por ser natural, para dar um desinchada.” O objetivo dela era emagrecer de forma rápida.

A mulher teve convulsões e parada cardiorrespiratória. Foi levada para o hospital e precisou ficar internada por nove dias, sendo três na UTI, em coma. Quando, finalmente, pôde voltar para casa, ainda sofreu sequelas por mais de um mês.

“Fiquei muito tempo ainda tendo arritmia. Bastante tontura e esquecimento, falta de memória, eu piscava o olho e quando ia ver a minha filha tava lá a 10 metros de distância”, conta.

Alerta

De acordo com a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divs/SC), o consumo de medicamentos fitoterápicos irregulares, sem o devido registro ou notificação na Anvisa, é capaz de colocar a saúde da população em risco. As substâncias podem conter outros componentes ativos não conhecidos em sua formulação.

A superintendente de Vigilância em Saúde, Raquel Ribeiro Bittencourt, alerta para a venda clandestina de falsos emagrecedores que ocorre em sites hospedados em provedores internacionais. Estes, quando notificados, simplesmente saem do ar ou reaparecem com outro nome, usam marcas estabelecidas de maneira fraudulenta, se valem de CNPJ de empresas já extintas ou simplesmente falsificam produtos irregulares.

“Neste caso, específico, estão introduzindo drogas que são vendidas sob controle, com sedativos cuja a venda é controlada, mas de maneira mascarada. O risco de se comprar um produto em sites que fazem grandes propagandas, colocam fotos de antes e depois e alegam a perda de peso rápido é de uma gravidade muito grande, colocando em risco a vida de pessoas. Esta Medida tomada pelo Procon estadual é muito importante porque um site que hospeda este tipo de venda é corresponsável, ainda que não o produza. Fazemos um alerta para quem está hospedando estes endereços”, alerta.

A Anvisa se empenha em combater o comércio e a propaganda irregular de produtos pela internet, mas o cidadão precisa estar consciente do risco que esta prática representa para a saúde quando se tratam de produtos sob vigilância sanitária.

Como consultar

A população pode consultar se o medicamento está regular perante a Anvisa por meio do portal . Em caso de suspeita de medicamento ou comércio irregular, este não deverá ser consumido, e a Diretoria de Vigilância Sanitária deverá ser notificada pelo Site em “FALE COM A VIGILÂNCIA”, para os encaminhamentos e medidas necessárias.

De acordo com o Ministério da Saúde, todo produto com fins terapêuticos precisa do registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mesmo que seja feito a base de plantas.

Do SIMÕES FILHO ONLINE com informações do Procon/SC e NSC TV

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