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SIMÕES FILHO – A dor de famílias que buscam alguém que sumiu e vivem à espera de um milagre

DESAPARECIDOS EM SIMÕES FILHO

A falta de qualquer explicação, ou até mesmo de um corpo, estagna a vida dos familiares de pessoas desaparecidas. E isso é apenas o primeiro passo rumo a um abismo emocional que não tem fim. Este ano em Simões Filho, cidade localizada na Região Metropolitana de Salvador (RMS), foram registrados vários casos de desaparecimento de pessoas. Alguns são reencontrados com vida e outros não. Por outro lado existem casos que já são mais preocupantes e sinistros e se arrastam por meses e anos.

Em Simões Filho, um dos casos de desaparecimentos que repercutiu e se tornou caso de policia, foi de um adolescente em maio deste ano. A família de Everton Santos da Silva, 15 anos, sofreu durante 7 dias a procura do garoto. O corpo só foi achado após parentes receber mensagens anonimas por meio do aplicativo WhatsApp, detalhando o caminho para localizar o cadáver. O menino estava enterrado em uma localidade conhecida como Areal, que fica atrás do conjunto Habitacional B13, no Bairro Vida Nova. Assim como este, outros casos de desaparecidos continuam em investigação.

Um levantamento exclusivo feito pelo Simões Filho Online, lista cinco casos de pessoas que estão desaparecidas na cidade. Esses casos de desaparecimento são chamados pelos especialistas de enigmáticos. É quando uma pessoa some sem deixar qualquer vestígio. Ela pode ter sido levada, pode ter sido vítima de alguma violência, ou mesmo ter decidido fugir. Por hora, não saberemos o motivo.


Percebemos nos olhos do parente de um desaparecido, um olhar acanhado e sem brilho pelo tanto de angústia que vivem.

Uma ferida que não cicatriza

A vida de parentes e amigos do pedreiro Márcio Nascimento Ramos, 32 anos foi reduzida a um único tempo verbal, o pretérito, com um presente suspenso e um futuro que ninguém quer: o desconhecido. Há quase seis meses, familiares e amigos de Márcio , peregrinam no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML) e em hospitais em busca de notícias sobre seu paradeiro. Márcio foi visto pela última vez na noite do dia 17 de fevereiro deste ano, quando saiu da casa da mãe, no bairro Góes Calmon, em Simões Filho, e permanece desaparecido desde então.

Horas antes, ele passou em casa, na Rua Baraúnas, no Cristo Rei, e avisou ao cunhado que iria para o sítio da família na localidade de Felipe, na zona rural do município, alimentar os animais, oito cachorros e algumas aves. Jocinélia Souza, 29, esposa de Márcio contou que viu o marido pela última vez na manhã do dia 17, quando ele saiu de casa para trabalhar. Há seis anos ela vive no mundo das incertezas. E intrigada com essa traição da vida. A procura por ele é muitas vezes solitária e, quase sempre, marcada pela desilusão.

Nome: Marcio Nascimento Ramos

Idade: 32 anos

Desaparecimento: 17/02/2017

Morador: Centro

Cidade: Simões Filho

Estado: Bahia


Sem explicação

Outro caso, porém, que está em andamento em Simões Filho, é o caso do desaparecimento de Valternei dos Santos Reis, 39 anos que está desaparecido desde o dia 25 de fevereiro deste ano. Conforme informações, a família não teve nenhum contato com ele desde que sumiu. Por hora, a família se recusa a desistir de viver. É o olhar de esperança que os mantém vivos. De acordo com dados da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), Valternei tem 39 anos.

Nome: Valternei dos Santos Reis

Idade: 39 anos

Desaparecimento: 25/02/2017

Morador: Aratu

Cidade: Simões Filho

Estado: Bahia


À espera de uma ligação

É no que se resume a vida de Maria de Lurdes Pereira Sales, 59 anos, que faz uma busca solitária pelo filho.

Do dia para a noite a vida da família do mototaxista Fábio Sales Santos perdeu a cor. Um tom acinzentado tomou conta da casa localizada no Barreiro, em Simões Filho. Pouca gente comenta sobre o ocorrido.

Fabio está desaparecido o dia 11 de março, quando o jovem de 33 anos saiu de casa para trabalhar e nunca mais foi visto. Fabio é morador do Bairro Luiz Eduardo Magalhães, o popular Barreiro. Ele trabalha como mototaxista em um ponto que fica em frente a Câmara Municipal de Simões Filho, na Praça da Bíblia. O rapaz tem dois filho com a ex-companheira.

Familiares e amigos do mototaxista estiveram em Hospitais, delegacias e no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, para fazer buscas, mas não encontraram nada, o que gera apreensão e aumenta ainda mais a aflição da família. Os colegas de profissão do rapaz também não sabem informou o que pode ter acontecido. “Ninguém sabe ninguém viu, mas meu filho está vivo”, diz dona Maria, mãe de Fábio.

Nome: Fábio Sales Santos

Idade: 33 anos

Desaparecimento: 11/03/2017

Morador: Barreiro

Cidade: Simões Filho

Estado: Bahia


É uma dor todos os dias

Em uma das tantas residências de Simões Filho, o drama da família de dona Rosevalda Souza de Jesus, que procura respostas para o que teria acontecido com ela. De acordo com dados da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), dona Rosevalda tem 55 anos e está desaparecida desde o dia 03 de junho deste ano.

Nome: Rosevalda Souza de Jesus

Idade: 55 anos

Desaparecimento: 03/06/2017

Cidade: Simões Filho

Estado: Bahia


GENILSON DE JESUS RIBEIRO

São perguntas eternas e sem respostas

Ter um parente desaparecido é viver um luto inacabado, uma dor que nunca passa. A história de Genilson de Jesus Ribeiro se soma às de várias famílias em Simões Filho que sofrem com o drama de perder de vista, da noite para o dia, um parente. Genilson foi visto pela última vez no bairro conhecido como Cepel, na região da Ceasa no dia 17 de julho. Desde então, a família vem buscando informações sobre o paradeiro dele.

Já são mais de um mês e os familiares temem que Genilson possa ter sido vítima de violência. Segundo parentes, a dor da família em recordar lembranças boas de Genilson é diária.

Nome: Genilson de Jesus Ribeiro

Idade: 34 anos

Desaparecimento: 17/07/2017

Morador: CIA 1

Cidade: Simões Filho

Estado: Bahia


Quem tiver informações

A Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), atende 24 horas por dia, e qualquer informação sobre essas pessoas favor ligar para a delegacia através do 71 3116-0000 ou 71 3116-0357 e/ou para o Disque Denuncia por meio dos números 71 3235-0000 e 181 (Interior da Bahia).

A Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) é responsável pelas investigações que envolvem pessoas desaparecidas em Salvador e Região Metropolitana, atribuição que era desempenhada pela Coordenação de Polícia Interestadual (Polinter). A Delegacia funciona no quarto andar do edifício sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Rua das Hortênsias, na Pituba.


Como agir em caso de desaparecimento

Veja o que fazer caso algum parente ou conhecido desaparecer

  • Mantenha a calma.
  • O primeiro lugar onde se deve procurar uma pessoa desaparecida é próximo ao local em que supostamente ela sumiu. Pergunte a todos aqueles que se encontram pelas imediações e aqueles que estão passando na região.
  • Faça uma rápida busca pelas delegacias de polícia, pelos hospitais e prontos-socorros.
  • Registre imediatamente um boletim de ocorrência em uma delegacia da Polícia Civil. Caso seja na Região Metropolitana de Salvador (RMS), procure a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP).
  • Se a polícia se negar em registrar o Boletim de Ocorrência, procure o Ministério Público de sua cidade ou Conselho Tutelar para garantir o seu direito.
  • Você pode denunciar também através do Disque Direitos Humanos, o Disque 100, além de ser um canal de denúncia de violações de direitos humanos constitui-se também em uma ferramenta que auxilia na localização de crianças e adolescentes desaparecidos.
  • Não é necessário esperar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência. Lembre-se de que as primeiras horas que sucedem o desaparecimento são vitais para garantir a localização e proteção do desaparecido.
  • Mantenha alguém no local onde a pessoa foi vista pela última vez, pois ela poderá retornar ao local.
  • Avise amigos e parentes o mais rápido possível, principalmente os de endereço conhecido do desaparecido, para onde ele possa ter ido.
  • Percorra os locais de preferência da pessoa.
  • Tenha sempre uma foto da criança ou adulto atualizada.
  • Memorize a vestimenta da pessoa e outros detalhes para melhor descrever a pessoa.
  • Para efetuar o registro do caso é importante que a família informe todas as características possíveis do desaparecido.

Se a pessoa que estava desaparecida retornou para casa o que deve ser feito?
Nesse caso, é importante ir até a delegacia onde foi feito o Boletim de Ocorrência para que seja dada a baixa no BO.

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