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Simões Filho: UPA emite nota de esclarecimento sobre paciente que perdeu o movimento do braço

Após matéria publicada pelo SIMÕES FILHO ONLINE na última quinta-feira (27/12) sobre o caso do aposentado Marcos Antonio Jesus da Silva, de 50 anos, a direção da Unidade de Pronto Atendimento do Cia (UPA) se manifestou publicamente sobre o caso. A família de Marcos Antonio acusa a unidade de saúde de ser responsável por provocar lesões graves em seus membros superiores. Segundo a família, o braço esquerdo do paciente ficou inchado e cheio de queimaduras, em decorrência de um erro na hora de aplicar o acesso do cateter em uma das veias do paciente. Ainda conforme a família, o paciente acabou perdendo o movimento do braço direito. [Relembre o vídeo no final da matéria]

Por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação da prefeitura ao Simões Filho Online, a direção da UPA afirma que “o paciente foi prontamente atendido pela equipe médica e de enfermagem, e encaminhado para a sala vermelha (ambiente para atendimentos de casos que requerem maior atenção). Inicialmente foi administrada medicação intramuscular para controle das crises convulsivas, sem melhoras e se enquadrava no diagnóstico de “estado de mau epiléptico”, ou “status epilepticus”, que requer administração de medicação endovenosa (dentro da veia) de imediato”.

Ainda no texto, a assessoria explica que “o enfermo apresentava grande dificuldade de cateterização periférica, sobretudo durante as crises convulsivas, em que a pessoa apresenta extrema agitação motora, com repetidos movimentos involuntários que podem por sua integridade física em risco, inclusive o expondo a traumas”, mas que a UPA dispõe de todos os equipamentos necessários no âmbito da emergência para o atendimento inicial de casos graves, que, após atendimento, deverão ser encaminhados para internamento em unidades hospitalares, via Regulação. Entretanto, não foi isso o que aconteceu”.

De acordo com a unidade de saúde, a família do paciente assumiu a responsabilidade sobre o caso, quando ao perceberem sua melhora solicitaram alta médica “que não foi concedida”, pois, os seus exames iniciais mostraram uma grave infecção que precisava ser tratada. Os familiares insistiram em sua liberação, apesar da orientação de médicos e enfermeiras, justificando que aquele seria o seu “estado normal”

Por fim, a direção da UPA afirma que às 8h30 da manhã do dia 24/12, o paciente foi retirado da UPA pela família, após pouco mais de doze horas de observação, sem chances de nova reavaliação ou transferência para internamento hospitalar de suporte avançado. Na quarta-feira, 26/12, o paciente foi levado à direção da unidade, pelos familiares, que mostraram lesões em sua pele e informaram que o mesmo apresentou perda de movimentos no membro superior direito, sequela do seu estado neurológico, agravado enquanto o paciente permanecia em casa, sem atendimento médico adequado.

A unidade também se dispõe a melhores esclarecimentos sobre o caso, inclusive com disponibilização do acesso aos registros médicos e de enfermagem, bem como para assistência deste e de qualquer paciente que busque pelos seus serviços.

Confira a nota na íntegra

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA

A Direção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Simões Filho vem a público, através deste meio, esclarecer as informações veiculadas sobre o atendimento prestado por esta unidade.

Às 17h06 do dia 23 de dezembro de 2018, o paciente M. A. J. da S., 50 anos, foi trazido por familiares para atendimento nesta UPA, com relato de quatro crises convulsivas em casa, e apresentava outra crise na admissão. Os familiares informaram que o paciente necessitou de atendimentos de emergência recentes e que sofre com crises continuas de epilepsia, de difícil controle, secundário a traumatismo cranioencefálico grave há aproximadamente sete anos, após acidente de carro.

Ainda segundo os familiares, ele apresentou piora do quadro há duas semanas, com crises recorrentes. Informaram também que o paciente tem grande dificuldade de acesso periférico, e que possui doença infectocontagiosa que não será revelada neste registro, de modo a preservar a privacidade. Vale salientar que os acompanhantes, não souberam informar quanto ao uso de medicamentos contínuos.

O paciente foi prontamente atendido pela equipe médica e de enfermagem, e encaminhado para a sala vermelha (ambiente para atendimentos de casos que requerem maior atenção). Inicialmente foi administrada medicação intramuscular para controle das crises convulsivas, sem melhoras e se enquadrava no diagnóstico de “estado de mau epiléptico”, ou “status epilepticus”, que requer administração de medicação endovenosa (dentro da veia) de imediato.

O enfermo apresentava grande dificuldade de cateterização periférica, sobretudo durante as crises convulsivas, em que a pessoa apresenta extrema agitação motora, com repetidos movimentos involuntários que podem por sua integridade física em risco, inclusive o expondo a traumas. Para um paciente com doenças prévias, o estado de mau convulsivo implica o risco de piora do quadro neurológico, que já não fala e apresenta cicatriz de afundamento de crânio. Deste modo, é fundamental o controle das crises com o uso de medicação adequada.

A UPA dispõe de todos os equipamentos necessários no âmbito da emergência para o atendimento inicial de casos graves, que, após atendimento, deverão ser encaminhados para internamento em unidades hospitalares, via Regulação. É desta forma que ocorre no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o Brasil. Entretanto, não foi isso o que aconteceu.

Apesar de seguir todas as normas de atendimento, qualquer medicamento administrado em qualquer paciente, está sujeito a efeitos colaterais e reações adversas, que devem ser imediatamente atendidas pelo médico. No caso do paciente em questão, após serem administrados os medicamentos corretos para crise convulsiva, o paciente passou a apresentar reações de pele semelhantes a queimaduras, que foram identificadas e registradas em prontuário pela equipe que o atendia.

O paciente melhorou das crises e permaneceu em observação para realização de exames e para ser encaminhado para internamento. Estava em uso de oxigênio e apresentando agitação, quadro decorrente após crises convulsivas. Para proteção do paciente, ele foi contido no leito com ataduras e compressas para evitar que ele, agitado, retirasse o acesso venoso que possibilita administração de medicamentos, na veia, que estavam estabilizando seu quadro e possivelmente salvando sua vida.

Com a melhora aparente, os familiares que o trouxeram solicitaram alta médica, que não foi concedida, pois, os seus exames iniciais mostraram uma grave infecção que precisava ser tratada. Além disso, havia o risco de repetição das crises convulsivas, de modo que ele necessitava permanecer em observação. Os familiares insistiram em sua liberação, apesar da orientação de médicos e enfermeiras, justificando que aquele seria o seu “estado normal”. Foram administrados antibióticos e solicitados novos exames para reavaliação do quadro e das lesões que surgiam. Os familiares questionaram a necessidade de mais exames e insistiram na alta, apesar de orientados pela equipe sobre a necessidade da continuidade do atendimento.

O paciente, que não possui capacidade civil, não responde por si e é aposentado por invalidez, foi deixado sozinho na madrugada pelos familiares, que se irritaram quando a equipe de enfermagem lhes chamou atenção quanto à obrigatoriedade, por lei, de permanência de pelo menos um acompanhante para pacientes graves, com doenças mentais e outros agravos, como em questão.

Durante todo seu atendimento na UPA, o paciente foi permanentemente acompanhado por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, conforme registrado adequadamente no seu prontuário de atendimento.

Às 8h30 da manhã de segunda-feira, 24 de dezembro, o paciente foi arbitrariamente retirado da UPA pela família, após pouco mais de doze horas de observação, sem chances de nova reavaliação ou transferência para internamento hospitalar de suporte avançado.

Na quarta-feira, 26 de dezembro, o paciente foi trazido à Direção desta UPA, pelos familiares, que mostraram lesões em sua pele e informaram que o mesmo apresentou perda de movimentos no membro superior direito, sequela do seu estado neurológico, agravado enquanto o paciente permanecia em casa, sem atendimento médico adequado.

Durante todo o atendimento do paciente, as equipes médica e de enfermagem da UPA se mantiveram totalmente disponíveis para seu atendimento e esclarecimento de seus familiares que na ocasião, por vontade própria, negligenciaram o cuidado e tratamento, que foram orientados pelos profissionais desta Unidade.

A UPA não foi novamente procurada para esclarecimentos ou atendimento em saúde neste caso, e as tentativas de contato com os familiares do paciente após sua saída sem autorização médica, não obtiveram sucesso.

A Direção da Unidade de Pronto Atendimento de Simões Filho se colocou e se coloca à disposição, bem como as equipes de assistência, em qualquer meio e a qualquer momento, para melhor esclarecimento do caso, inclusive com disponibilização do acesso aos registros médicos e de enfermagem deste caso, bem como para assistência deste e de qualquer paciente que busque por nossos serviços.

É prerrogativa desta UPA o atendimento competente e a relação honesta para com pacientes, familiares e veículos de imprensa, bem como o atendimento universal e igualitário, de acordo com os Princípios do SUS.

VEJA O VÍDEO COM A DENÚNCIA DA FAMÍLIA

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