SUBNOTIFICAÇÃO: SSP ‘esconde’ roubos a coletivos após Salvador alcançar sete assaltos por dia
Do Aratu Online, parceiro do Simões Filho Online
Cinco mortos e dois feridos. Esse é o balanço dos mais de 800 assaltos a ônibus registrados em Salvador nos cinco primeiros meses de 2017 — uma média diária de sete assaltos a ônibus por dia.
Os números foram passados por agentes do Grupo Especial de Repressão a Roubos de Coletivos (Gerrc). A reportagem do Aratu Online tentou traçar o panorama das linhas mais atacadas, mas a estatística deixou de ser registrada a partir de abril no Boletim da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Contactada, a assessoria da pasta disse que a retirada foi intencional para não gerar um número inexato (leia mais abaixo).
Em janeiro, no boletim, foram computadas 41 ações e somente das empresas foram roubados R$ 4.817,00. A primeira tragédia de 2017 também aconteceu em janeiro. O policial militar Jailson Cézar dos Santos Mendes reagiu a um assalto no dia 13. Os suspeitos, Tiago Barbosa Muniz, 30, e um adolescente de 17 anos foram localizados. O primeiro se entregou à polícia, enquanto o segundo morreu após troca de tiros com policiais no bairro do Uruguai.
Apesar desse caso, foi somente em maio que a violência nos coletivos assustou ainda mais a população soteropolitana. Três pessoas morreram e uma ficou ferida em intervalo de 22 dias. Dois assassinatos aconteceram na Avenida Luis Viana (Paralela), nos dias 5 e 20. As vítimas foram Djalma da Paixão e Enéas Santos Santana. O outro crime semelhante aconteceu em 24 de maio, na região do Vale de Nazaré, e deixou Alexandre Silva morto.
Entre janeiro e maio houve ainda outro crime dentro de um coletivo. Era noite de quinta-feira, 16 de março, quando o segurança Rafael dos Santos Souza, de 58 anos, reagiu ao assalto dentro do ônibus que fazia a linha Paripe x Aeroporto e acabou morto no bairro de Cajazeiras. Um homem não identificado ficou ferido. Testemunhas disseram que três homens participaram da ação. Dois meses se passaram e eles ainda não foram presos.
OUTRO LADO
A Secretaria de Segurança Pública admite que os assaltos foram retirados do boletim. O órgão diz que os registros poderiam apresentar um número inexato. A secretaria, por fim, esclareceu que a estatística, chamada de “oficial”, é divulgada em um período determinado e assegurou que, após questionamento da nossa reportagem, vai divulgar os números nesta terça-feira (6/6).
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