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“Terror dos taxistas”, homem já assaltou mais de 20

Dados contabilizados pela Associação Geral dos Taxistas (AGT) mostram que o número de assaltos à categoria teve um crescimento exorbitante em setembro de 2019. Comparado ao mesmo mês de 2018, o número quase dobrou, com crescimento de 95%.

Em setembro de 2018 foram registrados pelo órgão 20 assaltos. Agora, o número chega a 39. É o segundo valor mais alto do ano, atrás somente de março, quando foram computadas 43 ações. Esse crescimento no nono mês do ano pode ter uma explicação. A ação de um homem, que ainda não teve o nome divulgado, tem assustado os taxistas. Somente na região de Brotas, ele já cometeu 22 assaltos.

“O aumento no mês de março é comum por causa do Carnaval. Sempre temos maiores ocorrências no verão, Carnaval, São João, que aumenta o número de corridas”, explica o presidente da AGT, Ademilton Paim. Neste anos, duas situações de taxistas esfaqueados por contas de assalto no horário de trabalho foram registradas pelo órgão.

Alguns crimes acabam evoluindo para lesões mais graves. Em janeiro, um taxista foi baleado após reagir a um assalto no bairro de Itapuã. Ele foi atingido na boca, socorrido e conseguiu sobreviver. A localidade que fica na região da orla de Salvador, inclusive, ocupa o segundo lugar no “ranking” dos bairros mais perigosos para a categoria, perdendo para Boa Vista de Brotas.

Apenas uma ocorrência de 2019 evoluiu para homicídio, quando um taxista foi morto a tiros em agosto, no Campo Grande, por um colega. As investigações apontaram que o assassino alugava seu carro para a vítima e o crime foi motivado por dívidas e multas.

O presidente acredita que a criminalidade aumentou em todos os pontos da cidade e para todos os setores da sociedade. “Pra gente é ainda pior, pois o problema é que nós, que somos taxistas, ficamos mais vulneráveis. Qualquer pessoa entra em um taxi”, acrescenta.

No total, 283 crimes ocorreram em 2019 até o momento, uma média aproximada de 31 crimes por mês. Observando os dados do ano passado, essa média não chega a 27, com maior números de crimes ocorridos no mês de agosto: 36.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) diz que precisaria dos números dos boletins de cada caso para avaliar os dados. O órgão ressaltou que “medidas foram adotadas em uma reunião com taxistas, no mês de fevereiro deste ano, dando prioridade ao atendimento da categoria, celeridade no acionamento de viaturas e aumento de abordagens a passageiros”.

Os dados da AGT confirmam que fevereiro representou a menor incidências de crimes contra taxistas em 2019, com 20 ocorrências. No mesmo mês de 2018 foram registrados 31 crimes, representando uma queda de 35%. Porém, em sequência, março apresentou queda em 2018: o que não ocorre em 2019, quando as estatísticas desse mês quebram o recorde em números de ocorrências.

Além disso, Agenilton reclamou da dificuldade de prestar queixa na delegacia. “É muito difícil, muita má vontade, dizem que o computador está quebrado e, quando fazem, demoram uma semana para entregar o boletim”, afirma o taxista.

Beatriz Bulhões*, sob supervisão de Jean Mendes

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