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Veto ao aborto provoca protestos e celebrações na Argentina

Veto ao aborto provoca protestos e celebrações na Argentina
Foto: reprodução / Reuters

O veto do Senado argentino ao projeto de lei que previa a legalização do aborto no país provocou celebrações e protestos entre manifestantes pró e contra a interrupção da gravidez. Os grupos se aglomeravam em frente ao Congresso desde o início das discussões, na manhã desta última quarta-feira (8/8), para acompanhar o trâmite do projeto. Na madrugada desta quinta (9/8), a proposta foi reprovada por 38 votos a 31. Dois senadores se abstiveram.

“Os votos mostraram que a Argentina ainda é um país que representa os valores familiares”, disse a ativista antiaborto Victoria Osuna, de 32 anos, que acompanhou o debate ao longo da quarta-feira até o início da madrugada desta quinta, 9. Manifestantes contrários à interrupção da gravidez, vestidos com roupas e lenços celestes, balançaram a bandeira da Argentina e fizeram uma celebração após o resultado do Senado.

Mais cedo, o arcebispo de Buenos Aires, Mario Poli, conduziu uma missa na catedral da capital argentina na qual condenou o projeto. A celebração foi transmitida em um telão na Praça de Maio, localizada a um quilômetro do Congresso. A Igreja Católica, liderada pelo Papa Francisco, que é argentino, se posicionou contrária à proposta e exerceu grande influência nos debates pelo país.

O veto trava a discussão sobre a descriminalização e possibilidade de aborto até a 14ª semana de gestação. O projeto havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados em junho e chegou a passar por uma modificação no Senado, após senadores reduzirem a abrangência da legalização para até a 12ª semana de gravidez. Mesmo assim, a proposta foi rejeitada. Por ora, as normas atuais para interrupção da gravidez valem apenas para casos de estupro e/ou de risco à vida da gestante.

Protestos

Manifestantes pró-aborto reagiram com raiva e tristeza ao deixar os pontos de protesto em frente ao Congresso. Alguns queimaram lixo e lançaram pedras e garrafas contra o prédio do governo, mas foram rapidamente dispersados com jatos de água e bombas de gás lacrimoso disparados pela polícia. Os ativistas afirmaram que, apesar do veto à proposta, não se darão por vencidos.

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